durante essa madrugada
os ventos tão torpes
já assobiam o horror da morte
é preciso ser forte
espreitar com cautela
para que sobre a escolha
de partir por ela
o céu se fecha em tempestade
restarão sinais de humanidade
por traz da secura insana
do sólo infértil desse sertão
e haverá maremotos
derrubando os sólidos edifícios
tudo o que foi construído
antes mesmo que a dor sanasse
romperão erupções vulcânicas
de lava escarlate
onde corpos submersos
também desaparecerão
o tempo extinguirá
só um único momento
se eternizará
e não haverá mais fim
nem morte ou vida
nem noite ou dia
nem sorte, nem alegria
só a certeza da partida
que ela estará a salvo
distante dessa maldita agonia.
secura insana
ResponderExcluiragreste solidão
melhor que ukiemana
melhor que dança de salão
poema de fim de semana
puro e forte do bão