segunda-feira, 26 de setembro de 2011

pequenas flores

e eu que já me acostumara a ela
às borboletas risonhas por dentro de mim
ao arredondar das formas juntas
e a completude enfim

e eu que sabia dela, da voz dela,
dos olhos dela sorrindo para mim
do mundo todo que se anunciava
do fim de tudo o que fosse ruim

e agora poeta, que o sonho acabou?
como inflar o vazio
se quedar em delírio
nunca adiantou?

se depois de sentir essa vida
voltar à inércia fosse saída
nem mesmo à tormenta
nem mesmo à saudade
do que nem se passou

não passam mais dias
por esse jardim
e não há primavera
que exista sem flores
como não cabem mais dores
no que resta de mim.






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