domingo, 4 de novembro de 2012

Calendário

E como o mar em tempestade me alegro
no instante seguinte
calo

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Lá vai

 
 
La vai a moça de olhar estranho

bonita que era, agora triste

lá vai


Lá vai a moça que era jovem

e hoje anda curvada

lá vai


lá vai a moça que plantava sonhos

a quem sorriam mendigos

e a quem respondiam os anjos

lá vai

lá vai a moça que flutuava com saias

de ventarolas

exalando essência de patchuli

lá vai


lá vai a moça

que andava calmo

a quem seguiam os filhos

lá vai


lá vai a moça

que um dia foi ninfa

que inspirava esperança

lá vai


lá vai a moça

que me lembra a moça

de sorriso infindo

parece ela

mas não é mais

quarta-feira, 9 de maio de 2012

a dor é bendita


A dor também é bendita
saculeja o tronco, pra que caiam as apegadas folhas secas
Há dores calmas, que nos levam ao contentamento
nos enchem de esperança sem ardor
Dores não são solitárias,
são fichários de dias engolidos
pela pressa dos relógios e a vergonha dos espelhos.
Certas dores tem até beleza
pra quem fora delas sente sempre excesso de luminosidade
atrapalhando o exergar detalhado.
Há dores que são como pausas
vetam que o tempo passe desprovido de cuidado.
Há também as dores primas,
dessas que não habitam o silêncio,
das que são provações mundanas
das mazelas do ser vivente.
contra essas nao há argumento.
Mas benditas as dores vãs
que nos lembram que a vida é pouca
e que nos valhe o hoje
e valerá o amanhã.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Precisão de Amar

Vontade de barco é feita
De âncora
E de mar

sábado, 14 de abril de 2012

Céu

um LÁ maior
sem DÓ de peito
dentro de mim

segunda-feira, 19 de março de 2012

Física do amor


 Amor
Calor latente
Muda o estado da gente

segunda-feira, 12 de março de 2012

A segunda-feira de Vida

Tentando limpar a mente e a alma
Daquele gosto insano pela ferida
E fazer dos meus dias pequenas obras
De um jardineiro ou de um artista
Recolhendo entre sementes e cantigas
Uma esperança dispersa, coisa perdida
Um pouco de sorte, outro pouco de amor
Dias curtos, confesso, pra tanta preguiça
Preguiça de espelho, de banhos e cabelos
Vontade de saber antes da partida
Como serão as paisagens ainda não vistas
E nessa pressa fincada imóvel
Passa noite e dia e nada
Nada gasta esse peso do peito
Feito aterro em cima da gente
Feito gente que morre primeiro