segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

espécie de velhice

(me disseram: toda saudade é uma espécie de velhice, como se o obedecer do amor não fosse sempre o contrário... e assim eu me senti)

Estou velho
e sou um homem cansado
Há tantas coisas que não posso entender
e que talvez as entenderia se tivesse a alma jovem
Mas sou um homem velho
e me sinto, de fato, cansado
Soube ontem o que me fez
perder a juventude em ímpeto
como um lançar-se aos leões
inconseqüente
Como se sobre a biga
que horizontal corresse
enquanto dançassem ao lado fadas
e eu as olhasse, ignorando o precipício a frente
como se o obedecer da trilha
não fosse o chão de pedras astrais
e assim displicentemente
avante seguisse
e em eterno instante
caísse
e morresse voando...
como os pássaros
e continuasse vivo
como os velhos
Me sento na varanda
no fim da tarde, com meu cigarro
e descanso vazio
Uma trégua à loucura
alimento à saudade
feliz
envelheço

Nenhum comentário:

Postar um comentário