terça-feira, 10 de novembro de 2009

vale o quanto ocupa

Quantos poemas uma madrugada abriga?
Quanta ausência cabe em um quilometro?
Quanto adormecer pode um beijo?
Quantos pêlos do outro minha saudade decora?
Quantas fotos minha retina alcança?
Quanto riso me faria inocente?
Quanto de mim faz uma muda?
Quanto dele constrói um destino?
Quanta amizade me tem um pássaro?
Quanto silêncio o amor suporta?
Quantas notas a lágrima atinge?
Quantas naus pra que meu sonho veleje?
Quanto de sol pra que a amante aurore?
Quanta displicencia coexiste num coito?
quanto de sexo remete o vento?
Quantas flores tem a cor da menina?
Quanto desespero invade um domingo?
Quantas laudas para um parto?
Quanto estrangeiro você se sente?
Quantas tentativas antecedem a estréia?
Quanta fé a dor anuncia?
Quanta morte meu além permite?
Quanta vida me resta hoje?

Quanta falta me faz um descanso...

Quanto vale, do seu tempo, meu canto?

3 comentários:

  1. Em meio ao apagão, fiquei pensando em seu poema. Obrigada por me mostrar um tanto de vc ainda que sem querer!
    Um beijo!

    ResponderExcluir
  2. Roberta Valente. Outro beijo!

    ResponderExcluir
  3. ... mas quantos afinal de mim bastariam para que eu me calasse em pranto ate o folego beber?
    e se, no sufoco todo da ausencia do ar em meu peito me descobrisse aos poucos e voltasse a viver;
    a me ver;
    ... me chovendo aos poucos, vou caindo na teia trançada pelo seu choro/soluço, dai ai entao eu grito: solta o berro e canta!!

    ResponderExcluir